Um cadim de tudo que gosto, música, literatura, fotografia e outras coisinhas que me fazem feliz....
domingo, 30 de junho de 2013
Credo - Milton Nascimento (1978)
''Caminhando pela noite de nossa cidade
Acendendo a esperança e apagando a escuridão
Vamos caminhando pelas ruas de nossa cidade
Viver derramando a juventude pelos corações
Tenha fé no nosso povo que ele resiste
Tenha fé no nosso povo que ele insiste
E acorda novo, forte, alegre, cheio de paixão
Vamos caminhando de mãos dadas com a alma nova
Viver semeando a liberdade em cada coração
Tenha fé em nosso povo que ele acorda
Tenha fé em nosso povo que ele assusta!"
Milton Nascimento
quinta-feira, 27 de junho de 2013
"Falta
um bocado de coisa neste mundo. E sobra outro tanto. Falta bom senso.
Falta verdade. Falta respeito. Falta vontade. Falta educação. Falta
saúde. Falta amor. Falta sinceridade. Falta igualdade. Falta paixão
pelas coisas e pelas pessoas. Sobra egoísmo. Sobra estupidez. Sobra
crueldade. Sobra desonestidade. Sobra
preguiça. Sobra falta de caráter. Sobra achar que o mundo inteiro tem
culpa das suas pequenas derrotas. Ainda dá tempo de mudar. E as
mudanças, ainda que pareçam invisíveis num primeiro momento, começam
dentro da gente. Sim, é clichê, banal, frase feita e o escambau: mas
tudo começa aqui dentro, aí dentro. Uma hora a gente tem que fazer
acontecer, senão a vida passa e acontece sozinha, sem o personagem
principal, que é você." Clarissa Corrêa
Bem,
mas isolada no seu canteiro estava uma rosa apenas entreaberta
cor-de-rosa-vivo. Fiquei feito boba, olhando com admiração aquela rosa
altaneira que nem mulher feita ainda não era. E então aconteceu: do
fundo de meu coração, eu queria aquela rosa para mim. Eu queria, ah como
eu queria. E não havia jeito de obtê-la. Se o jardineiro estivesse por
ali, pediria a rosa, mesmo sabendo que ele nos expulsaria como se
expulsam moleques. Não havia jardineiro à vista, ninguém. E as janelas,
por causa do sol, estavam de venezianas fechadas. Era uma rua onde não
passavam bondes e raro era o carro que aparecia. No meio do meu silêncio
e do silêncio da rosa, havia o meu desejo de possuí-la como coisa só
minha. Eu queria poder pegar nela. Queria cheirá-la até sentir a vista
escura de tanta tonteira de perfume.
Clarice Lispector in: "Felicidade clandestina"- segunda-feira, 24 de junho de 2013
domingo, 23 de junho de 2013
sexta-feira, 21 de junho de 2013
"Achar
é o mais longe que podemos ir nesse universo repleto de segredos,
sussurros, incompreensões, traumas, sombras, urgências, saudades,
desordens emocionais, sentimentos velados, todas essas abstrações que
não podemos tocar, pegar nem compreender com exatidão. Mas nos conforta
achar que sabemos."
Martha Medeiros
Martha Medeiros
quinta-feira, 20 de junho de 2013
quarta-feira, 19 de junho de 2013
terça-feira, 18 de junho de 2013
sábado, 15 de junho de 2013
quinta-feira, 13 de junho de 2013
"Sonhei, confuso, e o sono foi disperso,
Mas, quando despertei da confusão,
Vi que esta vida aqui e este universo
Não são mais claros do que os sonhos são
Obscura luz paira onde estou converso
A esta realidade da ilusão
Se fecho os olhos, sou de novo imerso
Naquelas sombras que há na escuridão.
Escuro, escuro, tudo, em sonho ou vida,
É a mesma mistura de entre-seres
Ou na noite, ou ao dia transferida.
Nada é real, nada em seus vãos moveres
Pertence a uma forma definida,
Rastro visto de coisa só ouvida." Fernando Pessoa
Mas, quando despertei da confusão,
Vi que esta vida aqui e este universo
Não são mais claros do que os sonhos são
Obscura luz paira onde estou converso
A esta realidade da ilusão
Se fecho os olhos, sou de novo imerso
Naquelas sombras que há na escuridão.
Escuro, escuro, tudo, em sonho ou vida,
É a mesma mistura de entre-seres
Ou na noite, ou ao dia transferida.
Nada é real, nada em seus vãos moveres
Pertence a uma forma definida,
Rastro visto de coisa só ouvida." Fernando Pessoa
"Me sinto, frequentemente, bombardeada por um mundo que não sei
se suporto. Excessos e faltas. Sou movida por eles, por sentimento,
sonho e lágrima. Tem gente que não entende meu estilo de ser e me doar.
Para esses, eu digo que não vou desistir.
Vou continuar, preciso continuar. Mesmo que o caminho seja cheio de
lama: eu vou fechar os olhos e acreditar num mundo mais bonito.
Eu vou abrir os olhos e viver um mundo mais bonito.
(Clarissa Corrêa)
Eu vou abrir os olhos e viver um mundo mais bonito.
(Clarissa Corrêa)
terça-feira, 11 de junho de 2013
Saio de mim
para quem sou
e jamais chego ao destino.
No caminho do ser
meu gozo é me perder.
Meu coração só tem morada
onde se acende um outro peito.
Meu anjo está cego,
meu poeta está mudo,
meu guru ficou amnésico.
O poeta
sabia que não ia por ali.
Eu vou por onde não sei.
Meu aqui
é sempre além.
MIA COUTO in: "Idades Cidades Divindades",
para quem sou
e jamais chego ao destino.
No caminho do ser
meu gozo é me perder.
Meu coração só tem morada
onde se acende um outro peito.
Meu anjo está cego,
meu poeta está mudo,
meu guru ficou amnésico.
O poeta
sabia que não ia por ali.
Eu vou por onde não sei.
Meu aqui
é sempre além.
MIA COUTO in: "Idades Cidades Divindades",
domingo, 9 de junho de 2013
INVENTÁRIO
De que sedas se fizeram os teus dedos,
De que marfim as tuas coxas lisas,
De que alturas chegou ao teu andar
A graça de camurça com que pisas.
-
De que amoras maduras se espremeu
O gosto acidulado do teu seio,
De que Índias o bambu da tua cinta,
O oiro dos teus olhos, donde veio.
-
A que balanço de onda vais buscar
A linha serpentina dos quadris,
Onde nasce a frescura dessa fonte
Que sai da tua boca quando ris.
-
De que bosques marinhos se soltou
A folha de coral das tuas portas,
Que perfume te anuncia quando vens
Cercar-me de desejo a horas mortas.
JOSÉ SARAMAGO, in OS POEMAS POSSÍVEIS
De que sedas se fizeram os teus dedos,
De que marfim as tuas coxas lisas,
De que alturas chegou ao teu andar
A graça de camurça com que pisas.
-
De que amoras maduras se espremeu
O gosto acidulado do teu seio,
De que Índias o bambu da tua cinta,
O oiro dos teus olhos, donde veio.
-
A que balanço de onda vais buscar
A linha serpentina dos quadris,
Onde nasce a frescura dessa fonte
Que sai da tua boca quando ris.
-
De que bosques marinhos se soltou
A folha de coral das tuas portas,
Que perfume te anuncia quando vens
Cercar-me de desejo a horas mortas.
JOSÉ SARAMAGO, in OS POEMAS POSSÍVEIS
quinta-feira, 6 de junho de 2013
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Clariceando
"O
mundo se me olha.Tudo olha para tudo, tudo vive o outro; neste deserto
as coisas sabem as coisas. As coisas sabem tanto as coisas que a isto
...a isto chamarei de perdão, se eu quiser me salvar no plano humano.É o
perdão em si. Perdão é um atributo da matéria viva." Clarice Lispector in: A Paixao Segundo G. H
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