Powered By Blogger

terça-feira, 11 de junho de 2013

Eu saio de mim, ensaio, devaneio e caio. Retorno criado, servil à serpente do mundo. Eu trago o pecado. Sorvo o pecado até o fim para que haja um recomeço. Ao tentar de novo eu me dissolvo, não resolvo, quebro e degenero as linhas em que escrevo. Assim mesmo escrevo e reescrevo errantemente o arremate da história da minha vida. Mas não lhe dou o devido fim pela covardia, o medo do que vem depois, da vida atirada ao tudo e ao vasto vazio que é o nada, rasgado e costurado com fatos consumados, que me consome. Em meu martírio dou o braço a torcer, a cara a bater. E um dia, quem sabe, a cabeça a prêmio. - FotologSaio de mim
para quem sou
e jamais chego ao destino.

No caminho do ser
meu gozo é me perder.

Meu coração só tem morada
onde se acende um outro peito.

Meu anjo está cego,
meu poeta está mudo,
meu guru ficou amnésico.
O poeta
sabia que não ia por ali.
Eu vou por onde não sei.
Meu aqui
é sempre além.
MIA COUTO in: "Idades Cidades Divindades",

Nenhum comentário:

Postar um comentário