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domingo, 29 de setembro de 2013

Clariceando

"Mas existe um grande, o maior obstáculo para eu ir adiante: eu mesma. Tenho sido a maior dificuldade no meu caminho." Clarice Lispector in: A cidade sitiada

segunda-feira, 23 de setembro de 2013


VEREI A PRIMAVERA se encaminhar com o seu chapéu de
palha e o seu róseo vestido
Pelas ruas amigas, perto da casa em que mora.
Verei o teu rosto se tingir com a poeira dos ocasos
E tuas mãos morenas se balançarem tênues sob a água das cascatas
Longe das ingratidões, das lutas, dos equívocos de todo dia.
Os cisnes se confiarão como nos tempos calmos.
As violetas distantes sorrirão com as terras úmidas e grávidas.
Os pássaros, os ninhos vão cantar!
Verei chegar o teu vestido e te confundirei com a Primavera.
Seguirei com a Primavera pelas ruas.
Os circos vão pousar como pássaros enormes.
Primavera! Primavera!
O amor vai renascer nos campos
E as amadas dormirão cobertas pelos azuis sem fim.


Augusto Frederico Schmidt  In: UM SÉCULO DE POESIA

sábado, 21 de setembro de 2013

"Sábados com música e poesia pra prender a vida num cenário bonito sem abobar nossa capacidade de enxergar dias feios e poder transformá-los. Sem nos tirar a vontade de realizar e brigar pelos nossos sonhos.
Um dia. Um só dia ao menos pra abstrair da rotina que nos ronda, blindar nossa força e calibrar nossa coragem de ser feliz em todos os outros. Comecemos por hoje?"
Yohana Sanfer

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

"...Não me arrumo para a poesia do desencanto nem me apronto para o tempo do amor certo, inalcançável. Amar é cotidiano. "

  Priscila Rõde in: Para que fiques

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Quintanares

 


TÃO SIMPLES
A verdadeira coragem consiste, apenas, em não nos importarmos com a opinião dos outros... Mas como custa!

Mario Quintana
"Preste atenção, o mundo não é cruel. Claro, tem muita gente má, mas tem milhares de almas lindas e limpinhas por aí. Almas que acolhem almas, que cuidam, que alimentam a vida da gente de forma doce, suave. Acredite na doçura das pessoas, seja verdadeiro, ame com garra, tenha compaixão daqueles que respiram ódio e transpiram ingratidão.." Ju Fuzetto

terça-feira, 10 de setembro de 2013

"...A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta. Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta. E você? Onde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai aguentar? Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar? Será que você conseguiu ler até aqui? Respire... Acalme-se... O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência..."

Arnaldo Jabor
Há um nome que nos estremece,
como quando se corta a flor
e a árvore se torce e padece.

Há um nome que alguém pronuncia
sem qualquer alegria ou dor,
e que em nós, é dor e alegria.

Um nome que brilha e que passa,
que nos corta em puro esplendor,
que nos deixa em cinza e desgraça.

Nele se acaba a nossa vida,
porque é o nome total do amor
em forma obscura e dolorida.

Há um nome levado no vento.
Palavra. Pequeno rumor
entre a eternidade e o momento.


Cecília Meireles

sexta-feira, 6 de setembro de 2013


" É de manhã. O mundo está alegre como um circo desvalido.(...). Tenho que inventar meu caminho e me aconchego em viver da imaginação". Clarice lispector in: Um sopro de vida

"oxalá estejam limpas
as roupas brancas de sexta
as roupas brancas da cesta

oxalá teu dia de festa
cesta cheia
feito uma lua
toda feita de lua cheia

no branco
lindo
teu amor
teu ódio
tremeluzindo
se manifesta

tua pompa
tanta festa
tanta roupa
na cesta
cheia

 de sexta

oxalá estejam limpas
as roupas brancas de sexta
oxalá teu dia de festa"
 

Paulo   Leminsky...

domingo, 1 de setembro de 2013

Quintanares

               "Pensam que estou dormindo. Mas, do meu velívolo,
eu avisto a cidade.
Em cada janela acesa (umas poucas)
um poeta, noite alta, poetando...
Tu dirás que imagino as coisas loucas!
Mas era assim nos tempos da primeira mocidade...Pouso
lá na torre da igreja.
Imobilizo-me.
Vês?
(ou estarei apenas sonhando que faço um poema?)"
Eu já janeirei, feverei, até agostei

com todos os ventos que eles me trouxeram…
Agora vou setembrar,
de preferência primaverando
que é para desabrochar o que plantei
no restante dos meses…”
Ita Portugal