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sábado, 15 de março de 2014


"Então o sol penetrou toda a casa. Se eu quiser dormir até mais tarde, terei que fechar as janelas, as portas, as cortinas, eu que passei quase a noite inteira acordada. Faz muito calor lá fora, faz muito frio aqui dentro e minhas palavras estão inquietas enquanto olho para o teto sem caneta, sem papel, sem disposição. Existe uma solidão irremediável no pulso de um poeta. E essa casa não é minha. Não sei se sofro, mas minha cara é de choro contido. O que fizeram comigo enquanto eu tentava dormir, se eu pensava que havia alguma paz no sono? Estou confusa e queria dizer coisas inconvenientes, mas não posso.

Que cansaço vem do não poder dizer o que se quer."

Marla de Queiroz

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