ENXURRADA
Cantiga
De acender estrelas
E limpar as águas,
Cantiga
De zerar as mágoas
E não mais tecê-las,
Cantiga de cantar com a chuva que cai no telhado;
Cantiga
De queimar incenso
E comer com a mão,
Cantiga
De revirar o chão
E quebrar o senso
Cantiga de comer inhame com sal ou melado;
Cantiga
De ter fantasias
E renascer moleques,
Cantiga
De ser estripulias
E amarrar pileques,
Cantiga
De trançar embiras
E limpar as barras,
Cantiga
De tocar guitarra
E espantar as birras,
Cantiga de correr com a ema em pleno cerrado;
Cantiga de descanso do homem que planta,
Cantiga de sossego da mulher que fia,
Cantiga do olhar que a tudo encanta,
Cantiga de brilhar no encanto,
Cantiga de vem cá Maria,
Cantiga de voar meu canto,
Cantiga de correr ao nada,
Cantiga de não passar calço,
Cantiga de correr enxurrada,
Cantiga de andar descalço.
Wander Porto
Um cadim de tudo que gosto, música, literatura, fotografia e outras coisinhas que me fazem feliz....
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
domingo, 26 de janeiro de 2014
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Apesar das minhas fragilidades,
Dos contratempos;
Das minhas insatisfações;
Da minha inércia em relação as coisas
que eu não posso mudar...
Ainda assim, eu consigo ver de forma bem ampliada,
as pequenas coisas boas que a vida reservou pra mim.
E é assim que eu quero viver.
Esta é a vida que eu escolhi pra mim!
Quero de uma forma sublime reduzir os meus problemas, enxergá-los menor, enfraquecê-los diante de tudo aquilo que for bom...
E é isto que faz sentido;
E é só isto que faz tudo valer a pena!
É na corda bamba que eu vou aprendendo como é que se faz!
E eu avanço...
Ana Soares
Dos contratempos;
Das minhas insatisfações;
Da minha inércia em relação as coisas
que eu não posso mudar...
Ainda assim, eu consigo ver de forma bem ampliada,
as pequenas coisas boas que a vida reservou pra mim.
E é assim que eu quero viver.
Esta é a vida que eu escolhi pra mim!
Quero de uma forma sublime reduzir os meus problemas, enxergá-los menor, enfraquecê-los diante de tudo aquilo que for bom...
E é isto que faz sentido;
E é só isto que faz tudo valer a pena!
É na corda bamba que eu vou aprendendo como é que se faz!
E eu avanço...
Ana Soares
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Chove. Há Silêncio
Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego.
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego...
Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece...
Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente...
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego.
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego...
Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece...
Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente...
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
domingo, 19 de janeiro de 2014
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia.
Esse jeito de ver além dos olhos, de ouvir além dos ouvidos,
de sentir a textura do sentimento alheio, tão clara, no próprio coração.
Essa sensação, às vezes, de ser estrangeiro e não saber falar o idioma local, de ser meio ET, uma espécie de sobrevivente de uma civilização extinta.
Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada.
Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza.
Esse cuidado espontâneo com os outros.
Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada.
Esse melindre de ferir por saber, com nitidez, como dói ser ferido.
Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia.
- Ana Jácomo
Esse jeito de ver além dos olhos, de ouvir além dos ouvidos,
de sentir a textura do sentimento alheio, tão clara, no próprio coração.
Essa sensação, às vezes, de ser estrangeiro e não saber falar o idioma local, de ser meio ET, uma espécie de sobrevivente de uma civilização extinta.
Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada.
Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza.
Esse cuidado espontâneo com os outros.
Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada.
Esse melindre de ferir por saber, com nitidez, como dói ser ferido.
Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia.
- Ana Jácomo
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