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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Foto: A felicidade é coisa sem jeito, 
mas com ela eu me ajeito. 
Não forço para que seja como quero, 
apenas acolho sua chegada, quando menos espero.

Pe. Fábio de MeloA felicidade é coisa sem jeito, mas com ela eu me ajeito.
Não forço para que seja como quero, apenas acolho sua chegada, quando menos espero.

Pe. Fábio de Melo
 



"Os caminhos não estão feitos, é andando que cada um de nós faz o seu próprio caminho." - José Saramago

terça-feira, 28 de maio de 2013

''Mas a senhora lê e eu vivia; no livro da vida não se volta, quando se quer, a página já lida, para melhor entende-la; nem pode-se fazer a pausa necessária à reflexão. Os acontecimentos nos tomam e arrebatam às vezes tão rapidamente que nem deixam volver um olhar ao caminho percorrido''

José de Alencar in ''Lucíola''
"Para mim o mundo é uma espécie de enigma constantemente renovado. Cada vez que o olho estou sempre a ver as coisas pela primeira vez. O mundo tem muito mais para me dizer do que aquilo que sou capaz de entender. Daí que me tenha de abrir a um entendimento sem baías, de forma que tudo caiba nele."

José Saramago, O Jornal, Janeiro de 1983.

domingo, 26 de maio de 2013




“Acho que todo mundo precisa ter um lado egoísta por questão de sobrevivência. Não dá pra viver a vida olhando para o lado, uma hora você precisa olhar para dentro. Todo mundo sabe o que quer. Mesmo que você ache que não, mesmo que seu pensamento seja traiçoeiro, mesmo que o mundo esteja caindo: você sabe o que quer.”

(Clarissa Corrêa)
Foto: Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo incosenquente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei um burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’agua
Pra me contar as histórias
Que no tempo de seu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
– Lá sou amigo do rei –
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

MANOEL BANDEIRAVou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei um burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’agua
Pra me contar as histórias
Que no tempo de seu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
– Lá sou amigo do rei –
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

MANOEL BANDEIRA

domingo, 19 de maio de 2013

Tudo é vago e muito vário
meu destino não tem siso,
o que eu quero não tem preço
ter um preço é necessário,
e nada disso é preciso

Paulo Leminski

❝...o sol tão claro lá fora,
o sol tão claro, Esmeralda,
e em minhalma — anoitecendo.❞

 Manuel Bandeira

sábado, 18 de maio de 2013

Eu só não queria significar. Porque significar limita a imaginação.
Manoel de Barros
O ócio não me limita, me inspira!
É bom ter nossos devaneios pela irrealidade
O ruim é o ócio de amor, de sorrisos.
Quando pensam que estou só, na verdade estou cheio como bolso de uma criança
Com o pensamento transbordando como um copo de...
leite com chocolate
Rodeado de coisas boas: de infância, de afagos de mãe, de banhos de chuva...
Muitas vezes me completo ficando sozinho
Como é bom voar!
Pena que só voamos quando somos crianças
Daí crescemos e podam nossas asas
E nossos sonhos...
Antes eu da cor do abraço de mãe
Sonhava colorido e doce
Meus momentos sozinho eram tão emocionantes como um banho de cachoeira
Daí a gente cresce
Amadurece
E contraditoriamente, não ficamos doces
Então, quando me sinto lagoa
Faço chover e,
Transbordo.
Alam Tombini

domingo, 12 de maio de 2013

Mãe

Renovadora e reveladora do mundo
A humanidade se renova no teu ventre.
Cria teus filhos,
não os entregues à creche.
Creche é fria, impessoal.
Nunca será um lar
para teu filho.
Ele, pequenino, precisa de ti.
Não o desligues da tua força maternal.

Que pretendes, mulher?
Independência, igualdade de condições...
Empregos fora do lar?
És superior àqueles
que procuras imitar.
Tens o dom divino
de ser mãe
Em ti está presente a humanidade.

Mulher, não te deixes castrar.
Serás um animal somente de prazer
e às vezes nem mais isso.
Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar.
Tumultuada, fingindo ser o que não és.
Roendo o teu osso negro da amargura.


Cora Coralina

Canção Amiga


domingo, 5 de maio de 2013

«Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado-a-lado
Eu agradeço aos deuses que existem
Por minha alma indomável
Nas garras cruéis da circunstância
Eu não tremo ou me desespero
Sob os duros golpes da sorte
Minha cabeça sangra,
Mas não se curva,
Além deste lugar de raiva e choro
Para somente o horror da sombra
E, ainda assim a ameaça do tempo
Vai me encontrar e me achar, destemido
Não importa se o portão é estreito,
Não importa o tamanho do castigo.
Eu sou o dono do meu destino.
Eu sou o capitão da minha alma»
(William Ernest Henley)
“ Me gritaron negra”
(Victoria Santa Cruz)

Tenia siete años apenas,
apenas siete años,
¡Que siete años!
¡No llegaba a cinco siquiera!
De pronto unas voces en la calle
me gritaron ¡Negra!
¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!
“¿ Soy acaso negra?”- me dije
¡ SI !
“¿Qué cosa es ser negra?”
¡Negra!
Y yo no sabía la triste verdad que aquello escondía.
¡Negra!
Y me sentí negra,
¡Negra!
Como ellos decían
¡Negra!
Y retrocedí
¡Negra!
Como ellos querían
¡Negra!
Y odie mis cabellos y mis labios gruesos
y mire apenada mi carne tostada
Y retrocedí
¡Negra!
Y retrocedí . . .
¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!
¡Negra! ¡Negra! ¡Neeegra!
¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!
¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!
Y pasaba el tiempo,
y siempre amargada
Seguía llevando a mi espalda
mi pesada carga
---·--·---·-- (percusión)
¡ Y como pesaba ¡ . . .
Me alacie el cabello,
me polvee la cara,
y entre mis cabellos siempre resonaba la misma palabra
¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!
¡Negra! ¡Negra! ¡Neeegra!
Hasta que un día que retrocedía , retrocedía y que iba a caer
¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!
¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!
¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!
¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!
¿Y qué?
---- (percusión)
¿Y qué?

¡Negra!
Si
¡Negra!
Soy
¡Negra!
Negra
¡Negra!
Negra soy
¡Negra!
Si
¡Negra!
Soy
¡Negra!
Negra
¡Negra!
Negra soy
De hoy en adelante no quiero
laciar mi cabello
No quiero
Y voy a reírme de aquellos,
que por evitar - según ellos -
que por evitarnos algún sinsabor
Llaman a los negros gente de color
¡ Y de que color ¡
NEGRO
¡ Y que lindo suena ¡
NEGRO
¡ Y que ritmo tiene ¡
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO
Al fin
Al fin comprendí
AL FIN
Ya no retrocedo
AL FIN
Y avanzo segura
AL FIN
Avanzo y espero
AL FIN
Y bendigo al cielo porque quiso Dios
que negro azabache fuese mi color
Y ya comprendí
AL FIN
Ya tengo la llave
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO
¡ Negra soy ¡

Tradução

“ Me gritaram negra" (Victoria Santa Cruz)

Tinha sete anos apenas,
apenas sete anos,
Que sete anos!
Não chegava nem a cinco!
De repente umas vozes na rua
me gritaram Negra!
Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! Negra!
"Por acaso sou negra?" – me disse
SIM!
"Que coisa é ser negra?"
Negra!
E eu não sabia a triste verdade que aquilo escondia.
E me senti negra,
Como eles diziam
E retrocedi
Como eles queriam
E odiei meus cabelos e meus lábios grossos
e mirei apenada minha carne tostada
E retrocedi
E retrocedi . . .
Negra! Negra! Negra! Negra!Negra! Negra! Negra! Negra!Negra! Negra! Negra! Negra!Negra!
E passava o tempo,
e sempre amargurada
Continuava levando nas minhas costas
minha pesada carga
E como pesava!...
Alisei o cabelo,
Passei pó na cara,
e entre minhas entranhas sempre ressoava a mesma palavra
Negra! Negra! Negra! Negra!Negra! Negra! Neeegra!
Até que um dia que retrocedia , retrocedia e que ia cair
Negra! Negra! Negra! Negra!Negra! Negra! Negra! Negra!Negra! Negra! Negra! Negra!
E daí? E daí?
Negra! Sim
Negra! Sou
Negra!Negra Negra!
Negra sou! Negra! Sim
Negra!Sou
Negra!Negra!Negra!
Negra sou
De hoje em diante não quero alisar meu cabelo
Não quero
E vou rir daqueles,
que por evitar – segundo eles –
que por evitar-nos algum disabor
Chamam aos negros de gente de cor
E de que cor!
NEGRA
E como soa lindo!
NEGRO
E que ritmo tem!
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO
Afinal
Afinal compreendi
Já não retrocedo
E avanço segura
Avanço e espero
E bendigo aos céus porque quis Deus
que negro azeviche fosse minha cor
E já compreendi
Já tenho a chave!
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
Negra sou!"

MÊS DE MAIO -ALMIR SATER