Mas é certo que a
primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra
maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação. Algum dia,
talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a
primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste
ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros,
com outros cantos e outros hábitos – e os ouvidos que por acaso os
ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e
amou".
Cecília Meireles - Primavera in: obra em prosa - v. I
Cecília Meireles - Primavera in: obra em prosa - v. I
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