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sexta-feira, 23 de março de 2012

POEMA DO CONTRADIGO

Metade de mim é ego
e a outra metade, muda.
De um lado, parede cega
de outro, hera no muro.

Metade de mim esconde
o que a outra metade vê
uma se caga de medo
a outra bota pra foder.

Uma só diz palavrão
e a outra, padre-nosso
Se uma tem fogo nas ventas
a outra se mói de remorso.

Metade de uma é falaz
e a outra se faz de surda
uma de tudo é capaz
e a outra, caramuja.

Aranha caranguejeira,
uma se esconde entre espinhos
a outra, feito vieira,
se abriga em concha e arminho

Hermio Belo de carvalho

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