"Não vivo perigosamente em fatos. Vivo em extremo perigo quando sozinho caio em
profunda meditação. É quando perigosamente fico isento até de Deus
Há um silêncio total dentro de mim. Assusto-me.
Como explicar que esse silêncio é aquele que chamo de o Desconhecido.
Tenho medo dele. Não porque pudesse
Ele infantilmente me castigar (castigo é coisa de homens).
É um medo que vem do que me ultrapassa.
E que é eu também. Porque é grande a minha grandeza.
Não vivo perigosamente em fatos.
Vivo em extremo perigo quando sozinho caio em profunda meditação.
É quando perigosamente fico isento até de Deus.
E isento até de mim.
À beira de um precipício abismado no seco alto de um penhasco.".
Clarice Lispector In: Um sopro de vida
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