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terça-feira, 15 de novembro de 2011

No Relógio daquelas Madrugadas...
No relógio daquelas madrugadas,
quando eu era menina e estava insone,
a velhinha do Tempo tricotava
longas tiras de medo: minha morte
ia sendo preparada nessa trama.
Sedas, farrapos, teias tão soturnas,
todo o terror que eu esquecia
quando me libertavam sol e cores.

Alguma coisa ficou daquelas noites:
o metal dos ponteiros , as agulhas,
as mãos ossudas das bruxas noturnas,
tudo continua na urdidura
do fio singular da minha sorte.

Lya Luft In:"Secreta mirada"

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