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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Pai-Nosso… Mãe-Nossa…
Pai… Mãe… de olhos mansos, sei que estás invisível em todas as coisas.
Que o teu nome me seja doce, a alegria do meu mundo.
Traze-nos as coisas boas em que tens prazer:
o jardins, as fontes, as crianças, o pão e o vinho, os gestos ternos, as mãos desarmadas, os corpos abraçados…
Sei que desejas dar-me o meu desejo mais fundo, desejo cujo nome esqueci… mas tu não esqueces nunca.
Realiza pois o teu desejo para que eu possa rir.
Que o teu desejo se realize em nosso mundo, da mesma forma como ele pulsa em ti.
Concede-nos
contentamento nas alegrias de hoje: o pão, a água, o sono… Que nossos
olhos sejam tão mansos para com os outros como os teus o são para
conosco.
Porque, se formos ferozes, não poderemos acolher a tua bondade.
E ajuda-nos para que não sejamos enganados pelos desejos maus.
E livra-nos daquele que carrega a morte dentro dos próprios olhos.
Amém.

Rubem Alves

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