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domingo, 28 de agosto de 2011


"Ninguém imagina como eu quero bem a isto, como acho isto bonito! Este sol que não se cansa de nos dar beleza e fartura e dengue 'as nossas mulheres, palavra que, 'as vezes, tenho vontade de adorar porque é verdadeiramente um deus! Qual literatura!Se vocês querem poesia, mas poesia de verdade, entrem no povo, metam-se por aí, por esses rincões, passem uma noite num rancho, 'a beira
do fogo, entre violeiros, ouvindo trovas de desafio. Chamem um cantador sertanejo, um desses caboclos destorcidos, de alpercatas e chapéu-de-couro, e peçam-lhe uma cantiga. Então, sim.
Poesia é povo. Poesia para mim é água em que se refresca a alma e esses versinhos que por aí
andam, podem ser água, mas de chafariz, para banhos mornos em bacia, com sabonete inglês e esponja. Eu, para mim, quero águas fartas__rio que corra ou mar que se estronde. Bacia é para gente mimosa e eu sou caboclo, filho da natureza, criado ao sol."


Palavras de Sílvio Romero Apud Coelho Neto, no discurso de recepção de Osório Duque Estrada na Academia Brasileira de Letras

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