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sábado, 11 de setembro de 2010



"Viver é um ato que não premeditei. Brotei das trevas. Eu só sou válida para mim mesma. Tenho que viver aos poucos, não dá para viver tudo de uma vez. Nos braços de alguém eu morro toda. Eu me transfi guro em energia que tem dentro dela o atômico nuclear. Sou o resultado de ter ouvido uma voz quente no passado e de ter descido do trem quase antes dele parar — a pressa é inimiga da perfeição e foi assim que corri para a cidade perdendo logo a estação e a nova par tida do trem e seu momento privilegiado que desperta espanto tão dolorido que é o apito do trem, que é adeus."

Clarice Lispector in 'Um Sopro de Vida'

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